COMENTÁRIO SOBRE
EFÉSIOS
6:10-18
GUERRA ESPIRITUAL
No que
pensamos quando lemos sobre guerra espiritual? Em tempos de sensacionalismo
exacerbado é bastante comum ver posições extremistas e presenciarmos alguns
irmãos desejando dar golpes de mata-leão (estrangulamento de
jiu-jitsu) em demônios ou até mesmo pensam que podem dar tiros no
Diabo. Influenciadas por exemplos desse tipo alguns cristãos tentam exorcizar
utilizando a força física. Por outro lado conhecemos pessoas que são
completamente alheias à ideia de força demoníaca, opressão e possessão, tornando-se,
na prática, naturalistas nessa questão. Portanto faz-se necessário uma
cuidadosa análise do texto bíblico para sabermos de fato como se dá esse
conflito.
“Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo” - Efésios 6:11
Com o quê deveremos atacar? Qual seria a nossa principal arma ofensiva? Ainda nesse trecho o apóstolo nos diz que a Bíblia é a espada do Espírito. Os soldados romanos treinavam com uma espada de madeira, que era três vezes mais pesada que a espada convencional, isso possibilitaria uma maior agilidade e eficiência nas batalhas. Esta teria de estar afiada e seu dono deveria estar bastante íntimo de sua espada. Para nós isso requer um conhecimento da Bíblia como um todo, quanto mais estivermos íntimos dela, maiores chances teremos para um bom desempenho durante a batalha, caso o contrário não conseguiremos ter eficácia na derrota do inimigo. Lembre-nos que Jesus venceu as tentações no deserto usando a Palavra de Deus.
Que
tipo de guerra nós enfrentamos? Como ela acontece? Quem é o nosso inimigo? Como
é seu ataque? Em que consiste a nossa vitória? O que fazer para vencer? Quais
armas utilizar? Quem são meus aliados? Sem dúvida, perguntas como estas
precisam ser respondidas a luz da Bíblia.
“Finalmente, fortaleçam-se no Senhor
e no seu forte poder.”
Efésios 6:10
Efésios 6:10
O
versículo 10 inicia com uma ordem, uma admoestação, recomendação para que haja
uma busca por força (ou fortalecimento) no poder de Deus; isto é: existe uma
fonte inesgotável de força e poder que se encontram única e exclusivamente em
Deus. Portanto torna-se impossível iniciar uma luta com o diabo sem sermos
abastecidos por tal poder.
“Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo” - Efésios 6:11
O
apóstolo inicia com o verbo "revestir" que significa resguardar-se,
vestir-se com trajo próprio para... e segue especificando de quê nós devemos
nos revestir: a armadura de Deus. Contudo a ideia não é somente vestir ou tomar
posse de uma parte da armadura de Deus e sim de "toda" ela. Por qual
motivo? Para que possamos permanecer firmes, inabaláveis, que não se movem, que
não treme nem vacila, que é constante, estável e sólido contra as armadilhas
que o diabo coloca para nos tornar suas presas.
“pois a nossa luta não é contra
pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo
de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais.” -
Efésios 6:12
Contra
quem de fato é a nossa luta? Certamente não é contra as pessoas e sim contra os
poderes que dominam esse mundo de trevas, estes são espíritos do mal que
residem nas regiões celestiais.
"Por isso, vistam toda a armadura de
Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de
terem feito tudo". - Efésios 6:13
O
raciocínio, no versículo 13, é uma repetição do termo "toda a armadura de
Deus", e usa "resistir no dia mau" como um paralelo ao termo
"permanecer firmes contra as ciladas do Diabo" escrito no verso 11.
Porém há algo diferente neste verso. O termo "havendo feito tudo"
poder oferecer duas interpretações: a primeira pode referir-se a voz ativa,
isto é, Satanás agindo; a segunda pode se referir à voz passiva, isto é, nós
como agentes receptores da ação. Tanto uma como a outra interpretação nos
afirma que a luta não será fácil (feito tudo), mas que mesmo com toda a
dificuldade é possível permanecermos firmes em Deus.
Nesta
primeira parte Paulo nos fala de onde vem nossa força, fala que devemos lutar
com as armaduras de Deus, afirma que passaremos por dificuldades e que nossa
luta é contra os poderes das trevas, e diz que a vitória consiste em
permanecermos firmes diante das ciladas, armadilhas e tentações impostas a nós
pelo inimigo de nossas almas.
“Assim, mantenham-se firmes,
cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça” - Efésios
6:14
O verso
14 inicia a segunda parte das últimas recomendações que o apóstolo dá a igreja
de Éfeso. Ele começa a especificar quais armas devem ser utilizadas por nós na
guerra espiritual. A primeira é a verdade, como um cinto e couraça que envolve
o peito como a Justiça. Verdade como o caráter no soldado e a justiça como seu
procedimento, conforme Efésios 4:24 (justiça como um resultado do novo homem) e
Efésios 5:8-9 (onde o fruto da luz inclui justiça e verdade). As armas
continuam sendo apresentadas.
“e tendo os pés calçados com a
prontidão do evangelho da paz.”
Efésios 6:15
Efésios 6:15
No
versículo 15 devemos calçar nossos pés com o Evangelho da paz. A sandália
romana era um grande diferencial nas batalhas, visto que muitos de seus
conflitos davam-se com os bárbaros, que geralmente não utilizavam um calçado
tão eficiente como de seus adversários. Quando Paulo fala que devemos
calçar-nos pode ser compreender que nossa guerra não é estática, não ficamos
apenas na defensiva mas também na ofensiva. Precisamos atacar e é através do
evangelho de Cristo que podemos marchar para a conquista de mais territórios.
“Além disso, usem o escudo da fé, com
o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno.” - Efésios
6:16
Aqui
encontramos uma recomendação cuidadosa apresentada através na palavra
"principalmente" referida ao escudo do soldado, que está ligado a fé.
Na batalha espiritual a fé é comparada um a um escudo que nos defende das
flechas inflamadas do inimigo. A firme convicção na Palavra de Cristo faz com que
mesmo em meio aos grandes desafios, decepções e tentações nós possamos sair
intactos, sem ferimentos na batalha.
“Usem o capacete da salvação e a
espada do Espírito, que é a palavra de Deus.” - Efésios 6:17
A
última arma que Paulo especifica e compara com as armas romanas é o capacete,
ou elmo, que protege a parte mais vital do corpo humano. Geralmente os
ferimentos nas outras partes do corpo possuem uma maior probabilidade de
sobrevivência, mas se tratando da cabeça essa probabilidade cai
consideravelmente. O capacete refere-se a certeza da salvação em Cristo, que
embora feridos ou até mesmo inconscientes por causa dos ferimentos de nossa
vida ou mesmo queda do pecado, não pode roubar-nos a salvação, pois ela é a
certeza que não veremos a morte espiritual e sim a vida eterna.
Com o quê deveremos atacar? Qual seria a nossa principal arma ofensiva? Ainda nesse trecho o apóstolo nos diz que a Bíblia é a espada do Espírito. Os soldados romanos treinavam com uma espada de madeira, que era três vezes mais pesada que a espada convencional, isso possibilitaria uma maior agilidade e eficiência nas batalhas. Esta teria de estar afiada e seu dono deveria estar bastante íntimo de sua espada. Para nós isso requer um conhecimento da Bíblia como um todo, quanto mais estivermos íntimos dela, maiores chances teremos para um bom desempenho durante a batalha, caso o contrário não conseguiremos ter eficácia na derrota do inimigo. Lembre-nos que Jesus venceu as tentações no deserto usando a Palavra de Deus.
“Orem também por mim, para que,
quando eu falar, seja-me dada a mensagem a fim de que, destemidamente, torne
conhecido o mistério do evangelho,” - Efésios 6:19
Quando
Paulo fala da oração, no versículo 18, não a compara com nenhuma arma romana.
Ele finaliza o retrato de uma guerra colocando a oração com o meio de ser
manter vigilante e atento para a percepção da guerra, a permanência na guerra e
a vitória sobre esta. Esse verso também nos mostra que não lutamos só. O conflito
pode ser individual, contudo a guerra é coletiva. Fazemos parte de um exército
repleto de guerreiros que também necessitam de nossas orações intercessória. A
vitória final já está definida, o nosso general que é Cristo venceu e nos torna
mais que vencedores. Todavia o inimigo tenta nos neutralizar para que a nossa
vida não cumpra a principal finalidade: glorificar a Deus através de nossas
vidas. Para isso, o diabo tem como estratégia roubar, matar e destruir. É por
isso que ele ainda insiste em guerrear contra nós.
E
lembremos sempre que orar é a busca pela vigilância; orar é a busca pelo
socorro de Deus; orar é buscar ser reanimado no cansaço; orar é receber vigor
para a vitória; orar é ser resposta de socorro para outros soldados.
Miguel Alysson
Ministério Resgate
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